segunda-feira, 25 de abril de 2016

De mulher para mulher

Linda moça,
Não permitas
Que ele lhe diga
O que tu deves fazer.
Não permitas
Que ele invada
A tua vida
Sem fazer por merecer.
Não deixes
Que ele te aprisione
Numa cadeia
De pressões.
Não faça por ele,
Faça por suas razões.
Não deixes
Ele controlar
Os teus sonhos,
Ou decidir
Qual dia
Tu terás paz,
A paz deve ser mantida
Todos os dias.
Não permitas
Que ele suje
Os teus lençóis,
Que faça da tua casa
Um lugar para julgar.
Não deixes
Ele confundir
A tua consciência,
Que manipule
A tua inocência.
Não deixes
Que ele te manipule,
E que faça tu te sentires mal
Pelos erros
Que ele não consegue admitir.
Não deixes
Que os gritos da tua solidão
Sejam mais altos
Que os gritos dele.
Não te prendas,
Minha menina,
Só por medo de ficar sozinha.
O mundo é grande demais
Para desperdiçar
As flores do nosso jardim
Com alguém
Que não vê amor
Nas cores,
Nas palavras
E no olhar,
Em você
E
Em mim.

Helena Vicente

quarta-feira, 20 de abril de 2016

Conexão de paz

Será que em mim
Vês poema?
Será que há
Algo em mim
Que possa
Te inspirar?
Será que
O meu cabelo bagunçado
Te faz suspirar?
Por algum motivo,
Será que os meus desvios
Te mostram algum caminho?
Será que nos meus anseios
Alguma paz te estabelece?
Será que há
Em ti
Algo que tenha aprendido
Olhando para os meus olhos?
Será que tu sabes filtrar
A minha desordem,
E dela consegues
Fazer canção?
Será que há
Algo em mim
Capaz de te fazer ficar?
Será que há
Algo em mim
Capaz de te fazer
Querer parar,
Por um momento,
De querer fugir de ti?

Helena Vicente

sábado, 9 de abril de 2016

Fala pra ela

Quando ela disse tanto faz
Ela quis dizer que jamais
Vai voltar aqui.
Dona de todas as razões
E as certezas desse universo,
Ela é tão ela
E o que sobra é só o resto.
Dona de uma energia original
Que acaba me fazendo muito mal
Quando a vejo em outros braços,
Compartilhando outros laços,
Dando um nó em mim.
Ela nem sabe,
Mas ainda dói,
E como dói,
Ela não faz a menor ideia,
Sendo tão ela
Esqueceu-se de mim.
Quando a noite surge
É dela que eu lembro,
Bebericando uma cerveja
E lembrando os lábios
Tão macios
Que eu nunca mais
Voltarei a beijar,
Porque ela é tão ela,
Porque ela não precisa de ninguém
E quando ela disse tanto faz
Ela quis dizer que jamais
Vai voltar,
E ela nem deixou eu explicar
Que sem ela eu não sou.
Ela nem deixou eu explicar
Que mesmo sem voltar
Ela será meu eterno grande amor.

Helena Vicente

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Ansiedade

Dependendo do dia
Eu não consigo
Controlar os meus anseios,
Eu preciso, inconscientemente
De alguém
Que acalme a minha pressa,
Que segure essa vontade
Que eu tenho
De sair correndo
De mim mesma
E do desconhecido,
E sinto
Como se fosse uma prisão
Esse corpo que habito.
Quando me sinto assim,
Acelerada,
Quando meus pensamentos
São mais rápidos que os segundos
E os milésimos,
Quando nem eu mesma
Consigo acalmar
A minha mente
Em colapso,
Eu me sinto
Descendo um eterno morro
Por muitos quilômetros por hora.
O frio eterno na barriga
Que fica pra me lembrar,
Pra me preocupar
Com tudo que ainda há por vir,
Mesmo que esteja longe
É assim que me sinto,
Fugindo de um furacão
Sempre que abro os olhos.

Helena Vicente

terça-feira, 5 de abril de 2016

Acabaram-se as promessas

Para e me espera.
Deixa-me terminar só mais este verso,
Não anda tão depressa,
Escuta-me enquanto te confesso
Que as coisas são mais bonitas no papel.
Acabaram-se as promessas
E as ilusões poéticas,
Acabaram-se as ilusões
De todas as histórias patéticas.
Acabaram-se as promessas,
Desfez-se a miséria
Da esperança sem retorno,
Da noite sem fim
Aqui dentro de mim,
Acabaram-se até mesmo as palavras,
Mas me espera mais um pouco
Só deixa-me terminar mais este verso
Dizendo que se acabaram as promessas

E eu já esqueci como se chora.


Helena Vicente