domingo, 30 de outubro de 2016

Solto

Se você pudesse ser alguma daquelas coisas que, quando deitas em teu travesseiro à noite, pensas de uma forma incontrolável, o que serias?
Ou se talvez pudesse apenas viver vinte minutos daquilo que tanto sonhas, qual dos teus grandes sonhos tu escolherias para viver?

Eu, por exemplo, não saberia responder caso essas perguntas fossem direcionadas a mim. Pensamos tanto em tantas coisas, criamos mundos utópicos, adicionamos sentimento só para sentir o que seria, se fosse. Nos imaginamos sendo outros, com outras atitudes, com outros sonhos. Nos imaginamos com outros objetivos e com outras vontades. Como seria?
Inventamos cenas, histórias, palavras, poemas só para fugir um pouco da rotina, do cansaço. Nos libertamos através do pensamento e da criatividade. Nos encantamos com quem nos permite ser o que nós somos, com todos os nossos devaneios que se confundem. Não queremos ouvir o que, de fato, é. Sabemos o que acontece a nossa volta, o que não nos proíbe de inventar uma maneira melhor de perceber o que nos cerca.

Helena Vicente

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