quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Ainda estou

Eu quero conversar com a imagem
que tu representas
em minha mente.
Quero conversar contigo,
através dos filtros
que a minha habilidade
de suavizar problemas
te aplicou.
Quero tirar de ti
o que espero internamente.
Não quero ouvir nada além
do que planejo em minha mente.
Para que tudo ocorra bem,
não pretendo me alongar,
quero falar somente o necessário
pra te lembrar.
Te lembrar de onde partimos
e te lembrar daquele verão,
isso será suficiente
para finalizar essa situação.
Te lembrar que através de nós,
compuseras tu muita canção.
Tu podes até mentir,
dizer que não,
mas a imagem que tu representas
em minha mente,
te obrigará a assumir
que eu ainda estou aí
independente,
ardentemente,
ainda estou.

Helena Vicente

Direção de espelhos

Não questiona a minha rima
Nem a forma como eu reajo
à tua inércia.
É dolorida essa ferida,
e sempre pensei que o tempo
daria conta disso.
Não deu.
E eu que cansei de falar,
de procurar um caminho mais seguro,
encontrei um desvio que me pareceu mais fácil,
um atalho
pra solidão.
Acabei chegando num espaço,
que o vazio pesa,
a gente sente pressa
em sair desse lugar.
Aqui é cheio de espelhos,
e por mais que eu tente ver além
do que vejo,
o que se apresenta a mim
é só eu mesmo,
com meus erros,
e escolhas,
todos apontados pra mim,
no fim
somos os únicos responsáveis
por nos sentirmos assim.

Helena Vicente

domingo, 11 de novembro de 2018

Escuro

Com a luz apagada
Fica mais fácil pegar no sono,
Evitar reencontros
Com os fantasmas ainda bem vindos.
Se engana quem pensa,
Que com a luz acesa é mais seguro.
Em todo canto ficam as lembranças
Que procuram em ti uma oportunidade de assombrar.
Com a luz apagada
Fica mais fácil
Não lembrar.

Helena Vicente