sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Rotinas cheias de vácuo

Eu preciso de ti como os carros precisam de gasolina.
Eu não tenho saída,
A cada rua,
A cada esquina,
Eu não tenho saída.
Eu olho pro final
E não vejo nada.
Eu olho pra escuridão
Em busca de proteção,
Procurando pelos teus olhos castanhos
E eu não vejo nada
Além de muros.
Cercado de muros
Você se isolou,
E eu preciso ouvir
Da tua boca suave,
De hálito quente
Como você está.
É como uma fome
Que eu não sei controlar.
Eu já nem me lembro da última vez
Que fiquei completa,
Desde que você se foi
Passo as noites frias sem coberta.
Me escondo em outras peles
Pra não evidenciar o meu sofrer.
É inútil te querer.

Helena Vicente

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