terça-feira, 11 de agosto de 2015

O que quiseres

Se quiseres um abrigo,
Um peito pra chorar,
Sou eu,
Teu leito afetuoso.
Se quiseres um consolo,
Um remédio pra acalmar
Sou eu,
A médica dos errados.
Se quiseres distância,
Um pouco de paz
Sou eu, o iceberg perdido
No meio de tudo,
Desproporcional em minha forma,
Fria
Em excesso.
Entre o início e o fim
Eu sou a morte da esperança
E o descaso.
Eu sou a fome do sentir
E o excesso do saber.
Eu transbordo em meu ser
E danifico o sólido,
Mas se quiseres um abrigo
Se quiseres um equílibrio entre o amor e a miséria,
Meu bem,
Eu sou.

Helena Vicente

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