Em transe.
Um trânsito de paixões correndo o corpo.
Amores ridículos, plurais, amores de esquinas da vida e de ruas
estranhas, cantos do peito, da boca, canto do quarto branco e vazio.
Cobre de culpa os pelos do corpo e eriçam os pelos da nuca no menor
toque de vontade crua. Qualquer barulho enlouquece, qualquer luz acusa
as verdades que desconheço. Nunca achei um meio termo saudável, não
consigo arrumar a bagunça de dentro, não consigo evitar a bagunça de
fora, todos os erros agridem o rosto no dia seguinte.
A vida assusta. O medo é mau. O mundo é grande demais.
Mas há no peito a vontade maior ainda, e na boca, todos os dentes pra morder os dias direto no coração.
Nota: estava esperando o mundo acabar mas acabei voltando pra casa. Ressaca moral de domingo no meio da semana.
(Daniella Leal)
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