Tem dias que dá vontade
De viver na superficialidade
De todo mundo
Como se nada fosse profundo,
Energético,
Intenso demais.
Da vontade de abandonar as teorias,
Viver só de passagem,
Como a grande maioria faz.
Parece ser mais simples
Não colocar sentimento
Em tudo que aparece pelo caminho.
Da vontade de escolher,
Dessa vez fazer menor,
Não mergulhar em todo rio,
Porque grandes rios também podem ser rasos.
Da vontade de ser rasa também,
De transparecer ilusões, mas não sentir,
De propagar sentimento,
Mas se manter alheio
A tudo que achamos que precisamos,
A tudo que imaginamos ser grande demais,
Talvez seja, de fato,
Mas perceber e absorver o todo
É cansativo, exige grande abertura de nós mesmos,
O que nos torna vulnerável a absorção de todas as energias
Que existem vivendo alheias por aí,
Sem intenção, modificando,
Alterando o formato de tudo
Que já estava pronto
Criando experiências sem permissão,
Mas só, assim sendo, como uma sequência
Do que é necessário seguir.
Mesmo tentando fugir,
Sempre acabo entendendo esse processo
E mesmo que eu tente o retrocesso
Acabo me frustrando com o resultado.
Seguimos por aí.
Helena Vicente
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