segunda-feira, 12 de junho de 2017

Padrão

A nossa criatividade,
dia a dia é mais sufocada.
Uma ideia fantástica
que não se encaixa nos padrões.
Tentamos moldar nossa criatividade
até que ela caiba no contexto,
e o que antes era inovador,
passa a ser só mais uma sequência
do padrão tedioso das empresas,
da faculdade,
dos ambientes cheio de regras,
torna-se o padrão do que é bonito,
sem essência,
sem originalidade,
porque o novo surpreende,
e nem todos observam de verdade.
De início é esquisito,
é diferente,
e não há profundidade no olhar,
apenas esquivas.
A vontade de também ser diferente
é representada pelos julgamentos,
pois quando a gente reprime,
tentamos ficar o mais longe possível
para não se deixar levar
e ser criticado também.
"O que os outros vão pensar?"
Há discordância para se destacar,
é muito importante estar dentro do padrão
para não sobrar,
para não ficar junto dos que inovam,
dos que são julgados pelos olhares pequenos,
dos que causam estranheza ao expressar
tudo aquilo que é preso 
pelo medo de mudar.
Há uma imensa vontade de estereotipar tudo,
o ser humano, o ser social sente a necessidade
de rotular tudo que é diferente,
pois precisa estar no controle,
precisa dizer o que é, como é e por que é de tal forma,
para assim discriminar, se opor,
para propagar o que é padrão e como deve ser.
O ser humano, o ser social precisa entender
que na verdade, não precisa entender nada,
que muitas vezes só o sentir, basta.
Precisa saber que as coisas são como são,
são por que são e são porque é necessário.
O padrão deveria mostrar que há lugar para todo mundo,
e que ninguém precisa humilhar ninguém 
para ser maior. 



Helena Vicente

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