quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Os pontos

Se meu poema acabou na vírgula
Não foi por tua causa
Meu amor.
Foi porque decidi mudar os pontos,
Trocar as memórias
E andar nos trilhos.
Sim, é isso que o amor faz.
Nos deixa sem palavras
Ou, por acaso nos deixa cheios dela.
E quando ficamos cheios
Não significa poesia
Nem música,
Significa confusão.
Confusão tão linda
Mas tão sem fundamento.
Ou é normal rir de tudo e achar amor onde tem guerra?
Nada é normal, querido.
Mas meu poema acabou na vírgula
Porque não quero que termine no ponto final.
Não mesmo.
Sei que depois da vírgula tem mais coisas por vir

E é isso que me faz escrever.

                                                                                          Helena Vicente

domingo, 3 de novembro de 2013

aquelas mesmas palavras

Tão vulgar e sozinha
não queria estar ali...
sei.
Ela fazia poemas em guardanapos
e os perdia antes de chegar em casa.
Tão vulgar ela era
que perdeu o seu sorriso
que cativava.
Hoje ela só é o que restou
das noites infinitas.
Mas porque ela ainda vive lá?
Não quer correr
porque vai tropeçar
e se machucar tão mais...
sei.
Ela só tem medo.
Ela é tão vulgar
que não respeita as estradas.
Bebe e vomita
no pé da calçada
e não se preocupa dos risos altos.
Ela é tão vulgar.
                                                                                Helena Vicente