às vezes sinto que preciso me apertar,
sufocar,
sufocar,
sufocar,
sufocar,
até caber.
por vezes me sinto tão pequenininha,
tão pequenininha,
e ainda assim
não caibo.
não cabe a minha angústia,
não cabem minhas palavras,
não cabe a parte de mim que pulsa,
nem cabem minhas metáforas.
o espaço é tão pequeno,
e já tão cheio de tudo
que parece mais importante
que eu fique do outro lado do muro.
parece que o único papel que me resta
é de ouvir,
escutar,
escutar,
escutar,
e compreender.
sufocar, sufocar, sufocar,
e entender
que não é tão fácil assim
pra encontrar o nosso lugar.
onde que eu coloco então
tudo que é meu?
onde que eu encontro
um lugar que me comporta?
continuo esperando,
do outro lado da porta.
helena vicente
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