Perceber que hoje em dia somos apenas os restos do que já fomos. Saber que o vento levou os poucos da gente e deixou um pouco ainda pra ser, que um furacão um dia há de levar também.
O vento gosta de roubar o que nós somos.
Saber que aquilo que fomos não poderemos mais ser porque o vento venta forte e o tempo passa rápido. O vento que nos roubou ontem agora está roubando outra pessoa nesse tempo que já não é mais o mesmo.
Reconstruir nossas partes para sermos roubados mais tarde, em outro temporal. Falecer com as chuvas e renascer também.
Não tenho medo dos ventos e nem dos temporais. Eles levam as coisas boas, mas não esquecem de levar as ruins, e levam pra longe...bem longe de nós. O que nos foi roubado hoje não fará falta amanhã porque o tempo não pára e a gente não pára de mudar.
O que sou agora já não serei amanhã. O que fui semana passada eu até já me esqueci.
Quem foi você antes de ser roubado? O que lhe foi tirado? O que te faz falta?
Helena Vicente
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